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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Curti, To Compartilhando!


                        Não participo de “correntes”, não respondo ao remetente para as mensagens que finalizam com o “repasse, inclusive para mim, se você me considera seu amigo” ou similares, quase não compartilho postagens no Face, curto pouquíssimas coisas que os outros postam e já cometi o Orkutcídio – deste mundo virtual já estou fora.
                        Não tenho “quase” nada contra estas ferramentas virtuais, até porque faço uso delas e, se bem usadas, podem ser muito úteis. Este posicionamento “quase” radical é apenas a minha forma de manter um mínimo de privacidade e, principalmente, evitar que o meu endereço eletrônico caia em um desses mailing que, ilegalmente, são comercializados e, obviamente, também para evitar a invasão de vírus. Tem funcionado, até hoje não tive nenhum problema, minha máquina está limpa (e sem precisar participar de nenhum programa anônimo de auto ajuda). Os poucos spams que recebo faço o bloqueio do remetente e assim me mantenho tranqüilo com relação aos meus documentos armazenados no HD local.
            Como toda regra comporta exceções e como não sou tão radical assim, como pode ter dado a impressão, se considero o texto bom, sim, eu compartilho. É o que vou fazer agora com o texto abaixo que recebi, já há algum tempo, de um amigo (valeu Américo, gostei, curti, to compartilhando).
            Vou vender o peixe pelo mesmo preço, se o crédito da autoria não for autêntico, me perdoe o autor. Boa Leitura!
Viver ou juntar dinheiro?
(Max Gehringer)
            Recebi uma mensagem muito interessante de um ouvinte da CBN e peço licença para lê-la na íntegra, porque ela nem precisa dos meus comentários:
            "Prezado Max, meu nome é Sérgio, tenho 61 anos e pertenço a uma geração azarada:
Quando eu era jovem as pessoas diziam para eu escutar os mais velhos, que eram mais sábios.
Agora dizem que eu tenho que escutar os jovens, porque são mais inteligentes. Na semana passada li numa revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico.
E eu aprendi muita coisa...
Aprendi, por exemplo, que se eu tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, durante os últimos 40 anos, eu teria economizado R$ 30.000,00.
Se eu tivesse deixado de comer uma pizza por mês, teria economizado R$ 12.000,00 e assim por diante.
Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas, então descobri, para minha surpresa, que hoje eu poderia estar milionário.
Bastava não ter tomado as caipirinhas que tomei, não ter feito muitas das viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei e, principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro em itens supérfluos e descartáveis.
Ao concluir os cálculos, percebi que hoje eu poderia ter quase R$ 500.000,00 na conta bancária. É claro que eu não tenho este dinheiro. Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer? Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar com itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que eu quisesse e tomar cafezinhos à vontade.
Por isso acho que me sinto absolutamente feliz em ser pobre. Gastei o meu dinheiro com prazer e por prazer, porque hoje, aos 61 anos, não tenho mais o mesmo pique de jovem, nem a mesma saúde. Portanto, viajar, comer pizzas e cafés, não faz bem na minha idade e roupas, hoje, não vão melhorar muito o meu visual!
Recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que eu fiz, caso contrário, chegarão aos 61 anos com um monte de dinheiro em suas contas bancárias, mas sem ter vivido a vida".
Realmente, dispensa comentários!
                                                              ---x---
O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida. - Cora Coralina.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

De Volta ao Século XVIII


O pirata tinha uma filha que estava na idade de se casar. Naquela época, século XVIII, uma moça em idade casadoira que não se casasse era motivo de chacotas na sociedade, a temida alcunha de “solteirona” vinha carregada das piores características (megeras, amargas, invejosas, inúteis, frustradas) e por isso as moças quando adentravam na idade em que deviam se casar, entravam em alvoroço à procura de um pretendente a marido.

Só que ninguém queria se casar com a filha de um pirata, esse era o grande problema, o grande dilema. E o pirata se compadecia com o sofrimento da filha. Ele tinha amealhado uma enorme fortuna, assaltando os navios que levavam o ouro que era encontrado em Minas Gerais e ia para a Europa via Portugal. Toda a sua riqueza, no entanto, não resolvia o problema da filha que continuava solteira.

Ela começou então a sua própria batalha contra o pai, tentando convencê-lo a deixar de ser pirata e a se converter ao cristianismo católico, a religião dominante na época. Tanto fez a moça que, não só conseguiu fazer com que o pai se convertesse como também o convenceu de que para se redimir dos seus pecados ele deveria usar parte da sua fortuna, principalmente parte do ouro roubado que possuía, para construir uma igreja. E assim teve início a construção da Igreja Matriz, a maior de todas que a cidade ainda preserva.

O pirata não viveu o suficiente para ver o término da igreja. Também não sei se a sua filha conseguiu o casamento que tanto almejava. O tempo foi curto e não tive como saber o final desta estória.

Naquela época o ouro tinha pouco valor comercial no Brasil, por isso era levado para a Europa via Portugal, sendo alvo dos piratas que rondavam a rota destes navios. Os navios vinham de Portugal carregados de pedras que eram usadas para dar lastro aos mesmos e as desembarcavam aqui onde eram substituídas por ouro para o retorno a Portugal. Com o uso de trabalho escravo essas pedras eram usadas para fazer o calçamento das ruas da cidade, que assim permanecem até hoje.

Histórias, lendas e a mistura de ambos fazem parte da história de Paraty. O Centro Histórico da cidade, mantido como patrimônio nacional, permanece com o seu calçamento original de pedra e as suas construções com as fachadas igualmente originais. É isso o que você vai encontrar ao visitar a cidade. Um lugar que lhe transporta no tempo, onde, se você se deixar levar pelas histórias que cada canto da cidade oferece, terá a nítida impressão de que está mesmo no século XVIII.

Infelizmente fiquei pouco tempo na cidade, apenas um final de semana, por isso não deu tempo de conhecer melhor, como deveria, os demais recantos da região onde já sei que existem praias paradisíacas, fazendas que mantém as características originais e abertas à visitação, ilhas e outros locais para caminhadas, tudo em meio a uma vegetação exuberante, dentre outras opções, que valem uma visita mais prolongada.

A cidade em si, além do Centro Histórico, não oferece grandes atrativos. Os passeios de escunas e o artesanato são os dois pontos com certa relevância. O artesanato, para quem gosta, tendo paciência para percorrer as lojas, encontra-se boas peças por preços razoáveis. Os passeios de escunas são dispensáveis (pouca navegação com paradas em alto mar que não seriam necessárias e visita a apenas duas pequenas praias próximas), melhor contratar um barco pequeno e visitar as praias que lhe interessarem.

O melhor mesmo de Paraty é a sua história e isso você tem que se informar antes ou ir direto para a Biblioteca Pública local, porque o Museu instalado na Casa de Cultura não tem nenhum registro desta história. Tive a sorte de visitar uma exposição itinerante de ceramistas nacionais e internacionais que estava acontecendo na Casa de Cultura, o que valeu a visita. Se possível programe a sua ida para uma data em que esteja acontecendo um dos eventos da programação cultural que a cidade oferece, o calendário de eventos é bastante diversificado.

No quesito hospedagem a oferta é grande. Há inúmeras pousadas em qualquer localização da cidade. Tive a impressão de que haviam mais pousadas do que moradores. A gastronomia é fraca, principalmente no que diz respeito aos frutos do mar. Se for na alta temporada prepare-se para gastar muito, os preços dobram e não há nenhuma melhora no serviço de atendimento.

Apesar destes contras, vale a pena dar este pequeno mergulho nos séculos passados, conhecer a cidade e, principalmente, as histórias e lendas por trás de cada casarão e de cada recanto do lugar.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Sexólogo de Ocasião


Vamos falar de sexo, bebê!
Dia destes estava almoçando em um restaurante, daqueles em que há um aparelho de televisão que ninguém consegue ouvir o que se está assistindo, mas que sempre funcionam com aqueles que são viciados na telinha e ficam hipnotizados por ela em qualquer lugar, mesmo quando estão acompanhados. A companhia fica sempre em segundo plano.
Estava passando um programa que deduzi ser de debate, ao qual eu não dei a mínima atenção, até porque não conseguia ouvir nada mesmo, então preferi me concentrar no meu prato (estava almoçando sozinho), até o momento em que surgiu na tela a cena do filme Harry & Sally – Feitos Um Para o Outro, quando Sally (Meg Ryan) finge um orgasmo para Harry (Billy Crystal) em pleno restaurante. A cena é ótima e eu a assisti imaginando ela acontecendo exatamente onde eu estava, comecei a rir (internamente) imaginando as pessoas que me rodeavam sendo os coadjuvantes. Mesmo sendo divertida,  a que se passou pela minha imaginação foi muito mais.
A partir daí não foi muito difícil chegar à conclusão de que o tema em discussão era sexo e orgasmo. Este assunto não se esgota nunca, por mais que se viva e por mais que se pratique. Desde o tempo em que as mulheres eram arrastadas pelos cabelos para dentro das cavernas aos dias atuais – quando são elas quem arrastam os homens como autenticas predadoras - enquanto o mundo for mundo, sexo sempre será tema de debates e com ele o tal ponto “G”.
Vou entrar neste debate na contramão. Sempre se discute a insatisfação das mulheres, pois bem, os homens também nem sempre estão satisfeitos. Não temos o tal ponto “G”, em contrapartida temos todos os outros pontos, de “A” a “Z”, espalhados pelo corpo e ninguém se preocupa com eles. Os homens também andam insatisfeitos, principalmente porque passaram de caçadores a caçados e as mulheres têm sido egoístas o suficiente para se preocuparem apenas consigo esquecendo que as suas caças também necessitam de prazer.
Elas conseguiram, ao longo dos tempos, merecidamente, muitas conquistas, mas o maldito orgasmo ainda é uma conquista pela qual muitas ainda estão em constante e eterna batalha. Embora o assunto já não seja tabu há muito tempo, ainda assim é sempre uma reivindicação velada. Este é o problema, se debate em público, mas não se fala na intimidade. Sexo tem que ser falado, aprendido sempre, porque ninguém tem curso de adivinhação para saber do que o outro gosta.
Sexo é como comida, a gente vai aprendendo a gostar experimentando, tem o que nos faz salivar de desejo só em pensar e tem também o que não gostamos muito, mas que encaramos só pra agradar. Faz parte da troca de prazer que não deve ser egoísta. Podemos até não gostar muito de determinado jeito, de determinada prática, mas temos o dever de deixar o outro satisfeito se queremos também ter prazer de forma que nos agrade. Tem que haver a troca, porque senão a balança fica desequilibrada e um dia a casa cai.
E mulheres, pelo amor de nossa senhora dos prazeres, os homens também tem outras zonas erógenas além do dito cujo. Temos um corpo todinho cheio de locais (de “A” a “Z”, lembram?) que podem ser prazerosos, além daqueles centímetros que vocês bem conhecem. Assim como vocês, também gostamos de carinho e temos tesão em locais que vocês nem imaginam. Tem homens que vão à loucura se são tocados nos peitos, igualzinho a algumas de vocês. Outros não sentem nada, também igualzinho a vocês.
Tem aqueles que gostam, sim, de levar uns tapas na hora do rala e rola. Onde? Bem, aí vocês tem que perguntar porque varia de pessoa pra pessoa. Homem também tem bunda e alguns ficam excitadíssimos se você começar a acariciá-la. Tem aqueles que vão às estrelas com o tal “fio terra” e isso não tem nada a ver com a sua opção sexual. É apenas uma zona erógena como qualquer outra.
Ah! E não se esqueçam de que os brinquedinhos de sex shop podem render uma excelente transa. Sexo tem que ser divertido também. Riso e prazer combinam mais que orgasmos fingidos e noites frustradas.
Como se vê, o cardápio é bem diversificado, então não se contente com o prato básico que você está acostumada(o). Experimente outras possibilidades, se não gostar não precisa repetir, só não recuse antes mesmo de provar.
Bon Appétit!

Vídeo: Harry & Sally

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Papai tem cada uma!


                                 Tive a sorte e o privilégio de, já adulto, ter um segundo pai. Ainda bem, porque o primeiro, o biológico, muito pouco ou quase nada me acrescentou, exceto o fato de ter contribuído para que eu fosse gerado, reconheço. No mais, se me serviu de exemplo para alguma coisa foi o exemplo ao contrário, o exemplo negativo, ou seja, para me dar o exemplo de tudo o que eu não queria ser, o exemplo da vida que eu não queria ter, o exemplo do caráter que eu não teria e por aí vai. Graças a ele me tornei o que sou, não por seguir os seus exemplos, mas por ser antagônicos a ele. Não tive um pai-herói, o meu foi um anti-herói.
                                 Em compensação (e ainda bem que a vida tem muitas delas), o segundo chegou e preencheu todas as lacunas abertas desde a infância e a este eu devo muito, devo quase tudo e sou/serei eternamente grato. Foi e será sempre o meu porto seguro. Aquele em quem confio a minha vida com a certeza de que ele zelará por ela como se fosse a sua. A recíproca é verdadeira, se há alguém por quem eu daria a minha, é ele.
                                 Ele é perfeito? Não. Tem os seus defeitos, às vezes é ranzinza, teimoso, incomoda, quer que a sua opinião seja uma verdade absoluta e universal etc., etc., como todo ser humano. Mas tem as suas virtudes e essas são bem maiores que os pequenos defeitos. Dentre elas tem uma que me surpreende vida afora, sempre, o seu bom humor. É, definitivamente, uma pessoa de bem com a vida, daqueles que até os passarinhos se calam diante da sua alegria incontida. E é desse bom humor que ele me sai com cada uma!
                                 Ao longo da vida foi acumulando histórias, próprias, de outros, do que acontece a sua volta e delas foi incorporando as suas tiradas. Se alguém tenta enrolá-lo de alguma forma, ele acaba com a enrolação sentenciando sério: “Sei, não me venhas com água que o incêndio é na piscina!” Se conhece alguém que, digamos, é chegado numa mentira, ou em cada conto aumenta um ponto, ao se referir à pessoa ele faz questão de lembrar: “... mas você sabe, né? Fulano queima campo com chuva!” Se alguém, por engano, erra alguma coisa lá vem ele com o seu “O que que é isso Laura?”. E tem muitas outras e sempre aparece com uma nova.
                                 Tem sempre uma frase divertida para permear qualquer assunto, mesmo aqueles que são sérios. Por conta disso já foi mal interpretado algumas vezes, por falar o que não devia na hora errada fazendo com que a pessoa ficasse ofendida. A ele serve, como uma luva, a máxima “perde o amigo, mas não perde a piada”.
                                 Graças ao seu bom humor tem muita facilidade em fazer amigos e por conta disso também, às vezes, briga com alguns. Não é muito chegado na diplomacia, se alguém lhe desagrada e torna-se indesejável rapidamente é riscado de sua vida e entra para a sua lista negra. Às vezes volta, outras não.
                                 Possessivo, ciumento, intransigente às vezes, mas com um espírito infantil que quem realmente o conhece percebe logo quando é a criança que o habita que está falando por ele. Alguns prismas do seu ser podem até parecerem defeitos, à primeira vista, para quem não o conhece, pra mim são apenas pequenos detalhes da sua personalidade.
                                 E antes que eu fale mais do que devo, acho melhor parar por aqui, senão esta crônica que é para ser um gesto de carinho vai acabar virando motivo de discórdia e isso é o que eu não quero, então, “Lilita, minha bolsa!”