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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Bienvenido!

 Para R.
                      
  Sempre acreditei que as coisas acontecem no momento certo e não são sem propósito. Temos sim, a possibilidade de mudar alguns acontecimentos e somos os únicos responsáveis pelas consequências, mas isso também faz parte do aprendizado, do crescimento. Sejam lá quais forem as consequências, o importante é que saibamos reconhecer os erros e enaltecer os acertos. E de toda lógica, às vezes, nos vemos em determinada situação que, em um primeiro momento, não vemos lógica nenhuma. Bem feito pra nós, que evoluímos e nos tornamos racionais! Taí o preço! Contudo, passada a tempestade, tudo se torna claro como um dia de outono (poderia ser verão, mas gosto mais do outono).
                        E então você chegou, sem avisar, do nada, se materializando à minha frente, em um momento de um determinado dia, quando eu já não esperava mais nada. Pela lógica, porque buscamos racionalizar tudo, não haveria propósito na sua chegada, àquela hora, naquele dia, naquele local. Mas você chegou. E eu que já estava cansado, de repente me senti revigorado, com vontade de parar o tempo porque sabia que ele já não conspirava a favor. O cansaço virou urgência.
                        O inusitado, o improvável, o imprevisível. Logo comigo que não sei lidar muito bem com a imprevisibilidade. Logo comigo que sou cartesiano. Logo comigo que gosto de estar centrado em situações assim. No meu habitat me sentindo um estranho. Tentei racionalizar e me afastar, mas havia uma energia que me atraia e eu buscava, desesperadamente, no branco mental que nos acomete nessas horas, assuntos que pudesse te fazer ficar ali e me ouvir.
                        Hoje sei que você passou por tudo isso também, sentiu tudo isso também e até mais, porque você era quem estava em terreno estranho. Mas como tudo tem um propósito e nada é por acaso, os caminhos se cruzaram no exato momento em que deviam se cruzar.
                        E que bom que houve o encontro, porque sabemos que o que sentimos não poderia ser dividido, compartilhado, a não ser por nós mesmos. Valeu a pena ontem, está valendo a pena hoje e há de valer a pena amanhã. Enquanto houver a conexão na mesma onda de vibração, valerá. “Dame tiempo para darte todo lo que tengo...”
                        Se eu fosse compositor te faria uma música, se fosse poeta te faria uma poema, como só sei escrever, escrevo e vou deixar para as atitudes o resto. Há em você sensibilidade suficiente para entender cada uma delas, cada demonstração que vai bem além do carinho. Isso, por si só, já me é de um valor inestimável.
                        Essa cumplicidade que estabelecemos é o que há de melhor. Porque como cúmplices estamos tendo o melhor um do outro, rindo o mesmo riso e chorando o mesmo pranto. Partilhando vivências e comungando novas experiências. E quando temos isso, uma vida envolvida por outra vida, temos o estimulo necessário para seguirmos adiante apesar dos “poréns”.
                        Sim, vamos revisitar lugares, tomar banho de chuva, ver o pôr do sol, fazer chá para aliviar a gripe, dançar sem música, fazer piquenique, tomar água de côco à beira mar, reunir amigos, fugir deles às vezes, ir ao circo, comer pipoca no cinema, aguentar as crises um do outro, comemorar as vitórias, consolar nas derrotas, repensar algumas coisas, rever alguns conceitos, aturar algumas manias, fazer algumas concessões, pequenas renúncias, dormir abraçados, comer chocolate, viver.

                        E depois de tudo, só me resta dizer que ter você na minha vida me faz muito feliz e que, à minha maneira, este és, si, una declaración de amor.