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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Martha Medeiros e Julie & Julia

                        Nem sempre conseguimos nos livrar de alguns acontecimentos desagradáveis e isso, às vezes, acaba nos proporcionando uma bela noite de insônia! Ainda mais se você é notívago, como eu, aí então é inevitável.
                        Em uma dessas noites, depois de rolar um pouco pela cama, ouvir música (isso me ajuda a dormir) e atacar a geladeira, desisti do sono e fui rever o filme Julie & Julia. Terminado o filme voltei para o ritual do sono e nada dele aparecer. Acho que esta noite, definitivamente, Morfeu estava de férias.
                        Resolvi buscar outra companhia e a escolhida foi Martha Medeiros, pela qual tenho uma grande admiração e companheira já de longa data - ainda da época da coluna dominical do jornal Zero Hora, quando nossos encontros se davam sempre nas tardes de sábados quando o jornal era entregue. Entre uma crônica e outra me lembrei de uma frase que um amigo (muito especial) disse um dia em uma conversa: que em razão do trabalho básico que ele estava realizando naquele período ele estava ‘emburrecendo’.
                        Ocorreu-me que isto estava acontecendo comigo. Depois de alguns anos exercendo a advocacia, optei pela estabilidade de um emprego. Não que o trabalho atual seja básico, é bem estressante até, mas me proporciona mais tempo livre (prezo pela minha qualidade de vida) porque, após sair da empresa me desligo do trabalho e tenho mais tempo livre, sem a preocupação do prazo daquele Recurso de Apelação para o qual eu nem comecei ainda a pesquisar a Jurisprudência pertinente.
                        Conclui que eu precisava fazer algo que fosse estimulante e que me desse prazer. Então, como a personagem de Amy Adams, no file Julie & Julia, pensei em fazer um blog. Na verdade ele já estava iniciado, só teria que reativá-lo. Deparei-me, então, com o mesmo problema da personagem: um blog sobre o quê? Embora eu goste muito de cozinhar, isso não chega ao ponto de, como ela, ficar testando receitas para depois publicá-las. E também porque blogs de receitas é o que mais tem na internet. Eu mesmo quando quero fazer algo que não tenho a receita nos meus alfarrábios, vou lá, dou uma googada e voilà: é só conseguir os ingredientes e fazer as devidas alterações para que a receita fique mais ao seu gosto – acho que todo mundo que gosta de cozinhar faz isso, até hoje nunca conheci alguém que siga uma receita à risca, até porque muitas vezes, não dá certo – convidar os amigos e ter uma agradável noite saboreando o prato (de preferência acompanhado de um espumante) e jogando conversa fora.
                        Foi aí que me veio a inspiração: fazer um blog ao estilo Martha Medeiros, ou seja, de crônicas, sem a pretensão, é óbvio, de querer me igualar a ela.
                        Sempre gostei de escrever. Antes de me tornar advogado fiz Letras e, na época do 2º Grau (sim, sou desta época: 1º Grau, 2º Grau e Curso Superior) era rato de bibliotecas e devorava tudo que me caia nas mãos, de gibis aos vencedores do Nobel. Cheguei a ganhar um concurso de redação no colégio. Era convidado para redigir os discursos de formaturas e, depois, já cursando Letras, tive a fase dos Poemas, dos Sonetos (Vinícius de Moraes e Bruna Lombardi com o seu “O Perigo do Dragão” me renderam boas conquistas). Não só lia muita poesia como também me atrevia a escrevê-las, inspirando-me nos meus autores preferidos e os amigos, principalmente as amigas, que as liam, geralmente gostavam. Logo, não devo ter perdido o jeito, é só uma questão de recomeçar, agora com textos.
                        Também não teria a obrigatoriedade. Se estiver afim vou lá e escrevo, se não estiver, vou fazer outra coisa que me dê prazer. E hoje em dia, com as facilidades da internet ainda posso me divertir com os amigos convidando-os, pelo Orkut e Facebook, a darem uma passadinha pelo blog para deixarem suas impressões. Vai que eu dou sorte e viro filme! Bruna Surfistinha que o diga!
                        Quanto mais não fosse (opa, olha o advogado aí), na pior das hipóteses, vou estar fazendo algo, por diversão, que me dá prazer.
                        Pronto, está decidido e na escrita de estréia ainda posso, de quebra, homenagear a minha Diva das Crônicas. Minha velha e boa companhia das tardes de sábados, das noites insones e das esperas em aeroportos – quando o vôo tem conexão então, é perfeito, dá pra ler quase a metade de um livro, senão o livro todo, contando a(s) conexão(ões) e o trajeto.
                        Então, vida longa a Martha Medeiros e que ela continue estimulando e inspirando muitos outros à prazerosa arte de ler e/ou escrever! 

3 comentários:

  1. Oi, encontrei seu blog hoje,por acaso...
    Parabéns, ótimas crônicas.
    E foi uma grata surpresa ler que conheces e admira Martha Medeiros, sou uma fã do trabalho dela.
    E vc só vem confirmar o que já sei, que Porto Alegre é berço de inúmeros talentos na escrita.
    Martha, Fabrício Carpinejar, Moacyr Scliar...João Santos...sem contar o inesquecível Mario Quintana.Me tornarei visitante assídua.Abraço.Deise S Cunha.

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  2. Prezada Deise,
    Obrigado pela visita e pelas palavras de incentivo!
    Em breve teremos novas crônicas.
    Volte sempre!

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