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sábado, 5 de maio de 2012

Fragmentos de Memória

                        Cultive o hábito de guardar as suas fotos, mesmo que você seja daqueles que tem aversão por câmeras, elas (as fotos) irão lhe ser muito úteis quando os seus neurônios sinalizarem que o tempo está começando a agir, de forma implacável, sobre eles.
                        Houve um tempo em que as fotos eram guardadas como verdadeiras relíquias e vivia-se um clima de suspense entre o dia em que foi tirada e o dia em que ela se materializava em nossas mãos. O processo era demorado, principalmente se o filme não tivesse ainda terminado (eu sempre preferi o de 36 poses, era assim que definíamos a quantidade de “exposições” – Kodak ou Fugi) e levei uns bons anos até ter a minha própria câmera, inicialmente com flash de quatro poses, depois com um flash acoplado à base de pilhas (não recarregáveis). Filme, revelação, cópias e tudo o mais, eram caros, por isso não se desperdiçava um click com qualquer coisa. Depois de impressas ganhavam álbuns que, em determinadas ocasiões, eram mostrados com certo orgulho.
                        Casamentos, batizados, formaturas e outros eventos onde havia um fotógrafo fazendo o registro eram as melhores ocasiões para mais uma foto que, com um pouco de sorte, poderia até mesmo virar pôster 20x25.
                        Nessa época, as que não iam para os álbuns igualmente eram guardadas, as caixas de sapatos eram perfeitas para isso (ainda existem!). E sempre que se fazia uma arrumação nas gavetas a caixa era resgatada e ficava-se horas relembrando aqueles momentos registrados.
                        Hoje temos todas as facilidades para se fazer estes registros e os álbuns desapareceram. Cuidado, as suas lembranças também podem desaparecer se você não se precaver. Já tive uma boa quantidade de fragmentos de memória perdidos porque estavam armazenados apenas nas ‘minhas imagens’ do PC. O PC foi roubado e com ele as minhas reminiscências. Se você não quer correr este risco copie para um CD, DVD, HD externo, etc., ou armazene na própria Web, por garantia eu faço ambos.
                        Somos o que vivemos e com o passar do tempo o registro de certos momentos correm o risco de serem esquecidos. As fotos trazem estes momentos de volta, nossa memória retorna ao passado e revive o momento, em determinadas situações com todas as cores, os sons e aromas.
                        Sei que é comum, na maioria das vezes, não nos reconhecermos nas fotos e não gostarmos desta ou daquela. Isso acontece porque temos uma idéia errônea da nossa própria imagem, principalmente quando não se tem muita intimidade com as câmeras. Por isso pode ser comum acontecer de as fotos das quais não gostamos às vezes ser a preferida de muitos. Faça o teste, se deixe ser visto mais vezes fotografado. E guarde estes registros, você vai se surpreender com as lembranças que eles lhe trarão.
                        Mesmo quando você achar que “não ficou bem na foto”, não a descarte, com o tempo você vai mudar de opinião sobre ela, porque lá adiante, quando você já tiver uma ruga a mais, mesmo que você ainda continue achando que “não ficou bem”, ainda vai estar melhor. Mas guarde-a, principalmente, porque lá adiante, independentemente de como você estava na ocasião, o que será ressaltado no momento em que você se deparar com a imagem, serão as lembranças daquele momento vivido e você já nem vai se importar com a imagem em si.
                        Agora corra lá, pegue a caixa de sapatos e deixe-se levar pela doce saudade daqueles momentos vividos.

Um comentário:

  1. Adoro fotografias! Tenho mais de 40 álbuns com quase tudo datado e anotado...verdadeiras histórias de vida que ficarão organizadas para os vindouros.
    Abraço
    Graça

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